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Quem já teve que falar para uma plateia sabe que nem sempre conseguimos dar o nosso melhor quando temos que nos expressar na presença de uma grande audiência. Aqui estão algumas dicas que podem ajudar a melhorar nosso desempenho.
1) Prepare o discurso. Quando temos que falar em público é bom ter claro o nosso objetivo. Não temos que ler um texto, mas convencer uma audiência do que estamos dizendo. Por isso, é importante preparar e estudar um esquema o mais claro e preciso possível, a partir do qual possamos conduzir nosso discurso, enfatizando os pontos fundamentais que queremos expressar e nos mantendo prontos para possíveis objeções que possam ser feitas para nós.
2) Prenda a atenção do público. Enquanto falamos, é essencial entrar em contato empático com o ouvinte. Como nos ensina Aristóteles, a retórica não é apenas logos, mas também pathos e ethos. Temos que ajustar nosso discurso de acordo com o público que estamos enfrentando, e avaliar qual seria a melhor maneira de manter sua atenção elevada e envolvê-lo emocionalmente, fazendo-o sentir-se parte da situação. Por isso, é importante incluir alguns momentos mais coloquiais no discurso, como anedotas, para que o público se sinta envolvido em um diálogo, e não apenas um espectador de um monólogo.
3) Use sua voz corretamente. Estudos especializados demonstraram que a eficácia de um discurso em público dependeria em diferentes porcentagens de características verbais, paraverbais e não verbais. O paraverbal, em particular, está relacionado ao tom, timbre e volume da voz. É bom variar o tom em relação aos conceitos que estão sendo expressos, usar pausas estrategicamente para destacar os mais importantes, falar sempre com voz clara e articular bem as palavras.
4) Preste atenção à linguagem corporal. Estamos falando de um fator que desempenha um papel na obtenção e manutenção da atenção do público. Muito importante, antes de tudo, é o contato visual com as pessoas à nossa frente. Em segundo lugar, prestemos atenção ao movimento das mãos: elas devem ser usadas para sublinhar os conceitos-chave, tentando evitar desvios cafonas e não naturais dos gestos. Também desmentimos o mito da proibição absoluta de cruzar os braços, que lemos em vários lugares: o problema, a nosso ver, não é a postura em si, mas a duração do gesto: se prolongado, desvia a atenção do “que ” estamos contando o “como” estamos contando.
Quando estreamos como locutor, cantor, ator ou em rádio e televisão surge sempre a dúvida se devemos ou não nos aprofundar nas questões da dicção correta.
São muitos os que tentam dar uma resposta a uma pergunta tão simples quanto complexa, a saber: para que serve a dicção? Provavelmente ainda não há uma resposta que satisfaça a todos. Isso provavelmente acontece porque muitos consideram a própria inflexão como um traço distintivo e característico, e em alguns contextos de comunicação essa é uma ideia com significado próprio.
A radiodifusão, por exemplo – especialmente em formatos radiofônicos “generalistas” – não exige a todo custo o uso de uma dicção correta, já que a personalidade radiofônica do locutor prevalece sobre a dimensão técnica da leitura.
Por outro lado, a locução entendida em seu sentido “fora da tela” necessita de uma maior atenção e cuidado com a dicção.
Grande atenção e cuidado com os temas de dicção também são reservados na dublagem e atuação, que exigem um uso preciso e pontual da língua portuguesa, capaz de ser compreendida transversalmente e sem a percepção de particulares inflexões em todo o território nacional.
Em síntese, podemos dizer que a dicção serve para interceptar todo o público potencial, sem que ele perceba nossa origem, e ao mesmo tempo funciona como um código de reconhecimento entre os profissionais.
Por isso, podemos afirmar que o termo dicção não “serve” algo, mas “serve” alguém: o usamos para tornar nossa mensagem mais eficaz e evitar a exclusão de porções de público, usamos porque somos apaixonados pela nossa língua, mas também para acessar aquele código de reconhecimento que ajuda a nos tornar profissionais da comunicação.
Uma ferramenta que certamente não é essencial, mas que em tempos de descontentamento com a ortografia, a gramática e, em geral, com a língua portuguesa utilizada de forma correta, pode definitivamente fazer a diferença.
Todos nós já vimos uma aula na escola, um programa de televisão ou rádio, ou mesmo um discurso em uma palestra, e depois de alguns minutos experimentamos a desagradável sensação de lembrando apenas uma parte do que ouvimos nos instantes anteriores.
Este fenómeno não se deve apenas à nossa preguiça de ouvintes ou ao desinteresse pelas informações que são transmitidas: é de fato uma situação que tem explicação científica. Normalmente, quando uma série de elementos nos é apresentada, a tendência normal é lembrarmos mais facilmente os primeiros e os últimos, enquanto temos mais dificuldade em reter na memória aqueles que nos foram expostos na parte central do discurso que acabamos de ouvir.
Esses fenômenos cognitivos são chamados, respectivamente, de “efeito primacy” e de “efeito recency”.
O efeito primacy: o experimento de Asch
Em 1946, o psicólogo polonês Solomon Asch colocou em prática um famoso experimento no qual apresentou aos protagonistas do estudo a seguinte lista de adjetivos: inteligente, empreendedor, impulsivo, crítico, teimoso, invejoso. Essa lista foi lida alternadamente nesta ordem ou na ordem invertida, e os protagonistas do experimento foram posteriormente solicitados a dar uma avaliação de um indivíduo imaginário que respondeu à essas características.
As respostas destacaram que, quando os adjetivos lidos em primeiro lugar eram os mais positivos, a pessoa era melhor avaliada do que quando a ordem de apresentação era invertida. Com base nisso, Asch concluiu que os elementos apresentados primeiro pareciam ser mais influentes do que os outros na determinação do julgamento geral.
O efeito recency e os processos de aprendizagem e retenção
Do ponto de vista da psicologia cognitiva, o efeito primacy é explicado por nossa capacidade limitada de transferir informações da memória de curto prazo para a de longo prazo: quando somos bombardeados com informações uma após a outra conseguimos armazenar apenas a primeira parte de forma duradoura. No lado oposto do efeito primacy há o efeito recency, ou seja, a tendência de lembrar apenas a parte final de um discurso ou uma lista de elementos que nos são apresentados.
Em nível psicológico, o efeito de recency é explicado pelo fato de que apenas a informação adquirida mais recentemente permanece na memória de curto prazo. Assim, lembramos mais facilmente as primeiras informações porque elas passam a fazer parte da memória de longo prazo, e as últimas porque permanecem na memória de curto prazo. Com base nisso, podemos dizer que do ponto de vista da aprendizagem a primeira parte da informação que adquirimos é a mais relevante, enquanto do ponto de vista da retenção as últimas informações que ouvimos são mais significativas.
Qual fenômeno é mais influente?
Estabelecido que as partes inicial e final de um discurso são aquelas das quais o ouvinte se lembra com mais facilidade, podemos ir um passo além e investigar se os primeiros elementos que armazenamos na memória ou os últimos são mais importantes. De fato, como é justamente com base nas primeiras e últimas informações adquiridas que formulamos nossos julgamentos e fazemos nossas escolhas, estabelecer se o efeito recency prevalece sobre o efeito primacy ou vice-versa é uma questão secundária.
Segundo um estudo realizado em 1959 por Normann Miller e Donald Campbell, a resposta, porém, não é inequívoca. A maior influência de um ou outro efeito depende, de fato, de dois fatores: o tempo decorrido entre a primeira e a última parte da comunicação que nos é proposta e o tempo que decorre entre a última parte e o momento em que o ouvinte terá que tomar uma decisão sobre isso. O experimento de Miller e Campbell consistia em apresentar aos participantes a transcrição de um julgamento judicial: os argumentos da acusação e da defesa eram apresentados separadamente, e os dois cientistas variavam o intervalo de tempo entre a leitura dos dois argumentos e aquele entre o segundo e o momento em que qual as pessoas foram solicitadas a formular um veredicto.
Os resultados do experimento mostraram que o efeito primacy foi dominante quando o intervalo de tempo entre as duas acusações foi pequeno, enquanto o intervalo entre a segunda e o veredicto foi maior; inversamente, o efeito recency prevaleceu quando houve um longo intervalo entre os dois argumentos e um curto espaço de tempo separando a segunda dissertação do veredicto.
O efeito primacy e o efeito recency na comunicação
Não é difícil entender – mesmo apenas considerando o tema central do experimento de Miller e Campbell – quanto os dois fenômenos com os quais estamos lidando são influentes na vida cotidiana. Em particular, são dois fatores decisivos no ato de formular estratégias de comunicação e na gestão do relacionamento com a mídia.
Suponhamos, tomando em parte um exemplo proposto por Elliott Aronson em seu famoso livro The Social Animal, que tenhamos que administrar a campanha eleitoral de um dos candidatos à presidência dos Estados Unidos. Uma importante emissora de rádio ou televisão oferece ao nosso candidato e ao seu principal adversário um espaço de tempo para convencer os eleitores a dar preferência a um em detrimento de outro. Será mais conveniente falar primeiro ou por último?
Com base nas evidências encontradas por Miller e Campbell, podemos argumentar que se os dois discursos forem transmitidos um após o outro e alguns dias antes da nomeação eleitoral, teremos que nos certificar de que falaremos primeiro; se, por outro lado, os discursos forem transmitidos próximo às eleições e houver um intervalo de tempo entre os dois, a melhor estratégia será falar por último.
Nesse caso, de fato, será o efeito recency que prevalecerá sobre o efeito de primazia, pois a distância temporal entre os dois discursos tornará praticamente nula a interferência negativa que o primeiro exerce sobre o segundo, enquanto a iminência do momento em qual o eleitor terá que tomar uma decisão garantirá que a retenção jogue a favor de quem falou por último.
Vamos falar sobre uma das técnicas mais importantes que o redator, autor de textos para publicidade, pode utilizar no exercício de sua atividade criativa: o pensamento lateral, ou pensamento lateral, conceito cunhado pelo psicólogo maltês Edward De Bono e elaborado em seu livro mais famoso, “Criatividade e pensamento lateral”.
Quando nos deparamos com a solução de um problema no setor de comunicação, como a redação de um anúncio, na maioria das vezes o ponto de partida é o briefing: um documento no qual o cliente expõe os objetivos que deseja alcançar com a publicidade que encomenda, fornecendo algumas diretrizes com base nas quais desenvolver o projeto. A equipe criativa começa então a trabalhar para encontrar uma solução inovadora e original capaz de ser simultaneamente criativa e eficaz para as necessidades do cliente.
O primeiro passo a ser dado talvez seja o mais importante: o brainstorming, que é a fase em que as mais diversas ideias são colocadas na mesa e comparadas em busca da combinação certa de inovação criativa e funcionalidade comercial. O objetivo deste momento de confronto é fazer emergir o maior número de ideias possível, e é aqui que o pensamento lateral desempenha um papel importante, em oposição ao chamado pensamento racional – ou vertical -, isto é, aquele que racionalmente divide os diferentes componentes de uma questão com o objetivo de buscar a melhor solução.
De acordo com De Bono, o pensamento racional é limitado em sua eficácia pelo fato de não buscar novas interpretações da realidade: ou seja, para resolver um problema tende-se a delimitar o campo dentro do qual a questão a ser resolvida é encontrada, e procurar a solução única e exclusivamente dentro dos limites que traçamos. Segundo o psicólogo maltês, esta limitação traduz-se na impossibilidade de criar algo verdadeiramente inovador, limitando-se antes a reelaborar invenções ou mensagens já existentes.
O pensamento lateral, por outro lado, tenta examinar um problema de acordo com métodos não ortodoxos, graças a quatro princípios fundamentais que orientam seu progresso. Ou seja, a identificação das ideias dominantes ou polarizadoras; a busca de novos métodos de investigação da realidade; a fuga do rígido controle exercido pelo pensamento vertical; o uso de dados e circunstâncias fortuitas.
A capacidade de olhar a realidade de diferentes pontos de vista é a chave do pensamento lateral, que nos permite ampliar nosso campo de investigação e buscar soluções e ideias criativas mesmo fora do estreito perímetro dentro do qual a lógica do pensamento tende a abarcar o problema de que precisamos resolver.
Falando de técnicas para melhorar a eficácia de um discurso em público, é necessário salientar a importância dos aspectos não-verbais e paraverbais na comunicação. Vamos mergulhar nas teorias de um dos maiores teóricos da comunicação não verbal, Albert Mehrabian.
Teorias de Mehrabian
A partir de alguns estudos realizados em 1967 – e depois reunidos, em 1972, no livro Nonverbal Communication – o psicólogo americano Albert Mehrabian chegou à conclusão que aspectos não verbais (movimentos corporais, postura, gestos, expressões faciais e microexpressões) e paraverbais (tom de voz, ritmo, velocidade da fala) de comunicação têm uma grande importância na transmissão das mensagens que expressamos sempre que nos encontramos em diálogo com um ou mais interlocutores. Esses estudos estiveram no centro de inúmeras controvérsias nos últimos quarenta anos. E eles levaram a uma oposição real entre os defensores e detratores das teorias de Mehrabian.
Os experimentos
O psicólogo americano conduziu dois experimentos separados, dos quais tirou a conclusão ilustrada acima. O primeiro havia sido conduzido em conjunto com Morton Wiener. Nesse, um orador lia palavras com um tom de voz inconsistente com o significado das próprias palavras.
Dessa forma, os estudiosos queriam saber se a mensagem ou o tom de voz usado era mais importante. Duas mulheres foram convidadas a ler nove palavras. Havia três palavras positivas, três neutras e três negativas. Cada um deveria ser lido em três tons diferentes (positivo, neutro e negativo).
As palavras foram então gravadas. Nesse momento, três grupos de dez pessoas cada foram convidados a ouvir a gravação. E para identificar a atitude do falante.
O primeiro grupo teve que prestar atenção apenas ao conteúdo da mensagem. O segundo apenas para o tom de voz. O terceiro para ambos. Os resultados indicaram que os julgamentos de mensagens de uma única palavra faladas com entonação foram baseados principalmente no tom de voz.
O segundo experimento de Mehrabian, conduzido com Susan Ferris, também se referia a como julgamos os sentimentos do falante. Mas desta vez comparando a importância do tom de voz com a expressão facial. A influência do aspecto verbal foi minimizada ao máximo, escolhendo-se uma palavra o mais neutra possível: “talvez”.
Desta vez, foram usados três alto-falantes, cada um pronunciando o termo “talvez” de três maneiras diferentes. Três expressões faciais diferentes foram adicionadas às três gravações diferentes. Mehrabian e Ferris pensaram que poderiam tirar uma conclusão desse experimento. Ou seja, quando julgamos a atitude de um falante, sua expressão facial é cerca de 1,5 vezes mais importante do que o tom de voz empregado.
Uma equação contestada
No final do artigo contendo os resultados do experimento, Mehrabian e Ferris tentaram integrar as evidências de ambos os estudos. Chegaram a afirmar que a influência da comunicação paraverbal e não verbal sobre o ouvinte é igual a 38% e 55% respectivamente, enquanto o aspecto verbal representa apenas 7%.
Um resultado aparentemente tão rígido e contraintuitivo era, na realidade, foi rapidamente limitado em sua aplicabilidade pelo próprio Mehrabian. Imediatamente após a publicação dos resultados dos experimentos, ele especificou que esses percentuais derivam de experimentos relativos à comunicação de sentimentos e atitudes e que, portanto, não são aplicáveis a contextos diferentes e mais complexos.
Apreciadores e detratores
Desde sua formulação, a teoria de Mehrabian tem sido alvo de inúmeras críticas da comunidade científica. Por um lado, o psicólogo americano foi repreendido pela artificialidade do contexto em que os experimentos foram conduzidos. E, por outro, a excessiva simplicidade do modelo de comunicação em que se basearam as suas experiências.
Uma das críticas mais comuns é aquela exemplificada nesse vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=7dboA8cag1M&embeds_euri=https%3A%2F%2Fwww.parlarealmicrofono.it%2F&feature=emb_imp_woyt)
Essa crítica, no entanto, na verdade não afeta tanto Mehrabian, mas sim aqueles que abusaram dos resultados de seus experimentos. Muitas vezes tirando conclusões mais amplas do que as realmente exemplificadas pelo próprio Mehrabian.
Embora, de fato, Mehrabian tenha enfatizado várias vezes que os resultados de sua pesquisa só podem ser considerados válidos na condição de que
a “equação 7-38-55″ ainda hoje é utilizada de forma bastante despreocupada por formadores e consultores de comunicação, sem levar em conta as limitações que o psicólogo americano havia especificado.
Em uma carta de 2002 enviada para Max Atkinson, o próprio Mehrabian lamentou o frequente mal-entendido de suas teorias.
Estou obviamente desanimado com as citações erradas de meu trabalho. Desde o início, tentei dar as limitações corretas de minhas descobertas. Infelizmente, a autodenominada indústria de consultoria de imagem e liderança tem muitos “praticantes” com muita pouca experiência psicológica.
O estudo de Mehrabian e os impactos sobre como falar em público
Nem é preciso dizer que a interpretação dos estudos de Mehrabian teve um impacto enorme na arte de falar em público.
Muitas pessoas ainda estão convencidas de que a linguagem não-verbal é de fato muito importante. E talvez não se importem, pelo contrário, com as palavras que usam.
Uma das situações em que essa confusão ocorre com mais frequência é na análise de braços cruzados. Muitos agora consideram isso um gesto de encerramento em relação ao público. E acham que isso pode afetar a percepção que os outros têm de quem está falando.
Na realidade, não há evidências de que fechar os braços signifique ser hostil à pressão. Tampouco há qualquer evidência de que as pessoas, olhando para nós, possam descobrir nossos estados emocionais.
Quem já teve que falar para uma plateia sabe que nem sempre conseguimos dar o nosso melhor quando temos que nos expressar na presença de uma grande audiência. Aqui estão algumas dicas que podem ajudar a melhorar nosso desempenho.
1) Prepare o discurso. Quando temos que falar em público é bom ter claro o nosso objetivo. Não temos que ler um texto, mas convencer uma audiência do que estamos dizendo. Por isso, é importante preparar e estudar um esquema o mais claro e preciso possível, a partir do qual possamos conduzir nosso discurso, enfatizando os pontos fundamentais que queremos expressar e nos mantendo prontos para possíveis objeções que possam ser feitas para nós.
2) Prenda a atenção do público. Enquanto falamos, é essencial entrar em contato empático com o ouvinte. Como nos ensina Aristóteles, a retórica não é apenas logos, mas também pathos e ethos. Temos que ajustar nosso discurso de acordo com o público que estamos enfrentando, e avaliar qual seria a melhor maneira de manter sua atenção elevada e envolvê-lo emocionalmente, fazendo-o sentir-se parte da situação. Por isso, é importante incluir alguns momentos mais coloquiais no discurso, como anedotas, para que o público se sinta envolvido em um diálogo, e não apenas um espectador de um monólogo.
3) Use sua voz corretamente. Estudos especializados demonstraram que a eficácia de um discurso em público dependeria em diferentes porcentagens de características verbais, paraverbais e não verbais. O paraverbal, em particular, está relacionado ao tom, timbre e volume da voz. É bom variar o tom em relação aos conceitos que estão sendo expressos, usar pausas estrategicamente para destacar os mais importantes, falar sempre com voz clara e articular bem as palavras.
4) Preste atenção à linguagem corporal. Estamos falando de um fator que desempenha um papel na obtenção e manutenção da atenção do público. Muito importante, antes de tudo, é o contato visual com as pessoas à nossa frente. Em segundo lugar, prestemos atenção ao movimento das mãos: elas devem ser usadas para sublinhar os conceitos-chave, tentando evitar desvios cafonas e não naturais dos gestos. Também desmentimos o mito da proibição absoluta de cruzar os braços, que lemos em vários lugares: o problema, a nosso ver, não é a postura em si, mas a duração do gesto: se prolongado, desvia a atenção do “que ” estamos contando o “como” estamos contando.
Quando estreamos como locutor, cantor, ator ou em rádio e televisão surge sempre a dúvida se devemos ou não nos aprofundar nas questões da dicção correta.
São muitos os que tentam dar uma resposta a uma pergunta tão simples quanto complexa, a saber: para que serve a dicção? Provavelmente ainda não há uma resposta que satisfaça a todos. Isso provavelmente acontece porque muitos consideram a própria inflexão como um traço distintivo e característico, e em alguns contextos de comunicação essa é uma ideia com significado próprio.
A radiodifusão, por exemplo – especialmente em formatos radiofônicos “generalistas” – não exige a todo custo o uso de uma dicção correta, já que a personalidade radiofônica do locutor prevalece sobre a dimensão técnica da leitura.
Por outro lado, a locução entendida em seu sentido “fora da tela” necessita de uma maior atenção e cuidado com a dicção.
Grande atenção e cuidado com os temas de dicção também são reservados na dublagem e atuação, que exigem um uso preciso e pontual da língua portuguesa, capaz de ser compreendida transversalmente e sem a percepção de particulares inflexões em todo o território nacional.
Em síntese, podemos dizer que a dicção serve para interceptar todo o público potencial, sem que ele perceba nossa origem, e ao mesmo tempo funciona como um código de reconhecimento entre os profissionais.
Por isso, podemos afirmar que o termo dicção não “serve” algo, mas “serve” alguém: o usamos para tornar nossa mensagem mais eficaz e evitar a exclusão de porções de público, usamos porque somos apaixonados pela nossa língua, mas também para acessar aquele código de reconhecimento que ajuda a nos tornar profissionais da comunicação.
Uma ferramenta que certamente não é essencial, mas que em tempos de descontentamento com a ortografia, a gramática e, em geral, com a língua portuguesa utilizada de forma correta, pode definitivamente fazer a diferença.
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